Mouraria de Beja (Percurso Urbano)

Leer descripción ↓↓ Ver el mapa


Percurso urbano no bairro velho de Beja (Mouraria). Depois da subida obrigatória à Torre de Menagem, obra-prima da arquitectura militar quatrocentista, que oferece um soberbo panorama e permite ler os contornos da urbe medieval, detenha-se no Museu Militar do Baixo Alentejo. Ao sair do castelo, tome a direita, passando sob o arco romano da Porta de Évora. Mais adiante, encontra o mercado matinal de frescos e a Igreja de Santo Amaro, onde está instalado o núcleo visigótico do Museu Regional. Regresse ao Largo do Lidador, veja a Igreja de Santiago, actual Sé, e desça a Rua da Guia, antiga Judiaria, que acompanha intramuros a cerca medieval. Continue pela Rua do Arco de Avis. No final, do lado exterior da muralha, ergue-se o arco romano da Porta de Avis. Demolido em 1893, os blocos de granito que o constituíam foram aproveitados para formar mesas de pescaria no Mercado de Santa Maria, situação a que se pôs cobro em 1939, data da sua reconstituição. Depois de ver as vistas do frondoso Terreirinho das Peças, suba a Rua do Sarilho, onde, no n. ° 6, um belo portal gótico, seguido de corredor abobadado, dá acesso a pátio interior. Prossiga pela Rua de S. Gregório. Na Adega do Sintra, repare no portal, de finais do século xv, que, segundo a tradição, pertenceu à desaparecida Ermida de S. Gregório Papa. Suba a Rua dos Paos e vire à esquerda, percorrendo com todo o vagar a nobre Rua Dr. Aresta Branco até àIgreja de Santa Maria. A paróquia, de nome Santa Maria da Feira, porque desde 1261 no terreiro envolvente se efectuava o mercado popular que D. Afonso III havia concedido a Beja, foi, de 1500 a 1550, sede da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. No interior da igreja, podem admirar-se uma árvore de Jessé do século XVII e um retábulo representando a Última Ceia, da autoria de Pedro Alexandrino. Em seguida, contorne a igreja pela direita e aprecie a abside, quatrocentista, entrando na Rua Dr. Manuel Arriaga. Prove os petiscos do Alhinho, na Rua da Casa Pia, e no n.o 29, as popias, com ou sem doce, da Ti Bia Gadelha, cozidas no antigo forno de lenha. Descendo as Ruas do Esquível e das Portas de Moura, descobrem-se cantarias classificadas e portais antigos, entre os quais se destaca o do Palácio dos Maldonados, encimado por escudo; no n.O 52, o portal manuelino com lápide assinala a presumível entrada para o Hospital do Espírito Santo. Espreite a Porta de Moura, rasgada na muralha no século XVII e reconstruída em 1867. Siga pela Rua da Muralha e Travessa da Mouraria, tome a esquerda na Rua da Mouraria e a direita na da Amendoinha, rumo à Igreja do Salvador. Em pleno bairro da Mouraria, as referências a este templo já aparecem em 1264, tendo sido utilizado como sé até 1922. Situado num bairro predominantemente ocupado por artífices, nela se instalaram diversas confrarias: a dos sapateiros, cujo patrono é S. Crispim; a dos carpinteiros, presidida por S. José; a dos Alfaiates, sob a protecção de Santa Luzia, e ainda a do Corpo de Deus, à qual competia a realização da respectiva procissão. Suba a Rua Ancha, continue pela direita e aprecie a janela de rótula da Rua do Ulmo. Chegou ao Largo dos Duques de Beja, onde, no século XIX, se demoliu o Paço dos Infantes. Suba a escadaria de acesso ao Convento da Conceição, ligado à memória de Soror Mariana, e visite com tempo o Museu Regional, nele instalado. Para além do núcleo arqueológico e da colecção de pintura dos séculos XVI-XVIII, valem por si a monumentalidade do edifício, o esplendor barroco da igreja e o revestimento de azulejos da sala do capítulo e do claustro. Desça a Rua da Boavista junto ao Cine- Teatro Pax Julia, em vias de recuperação, até à encruzilhada das Portas de Mértola. À esquerda e ao fundo, localizam-se os grandes edifícios do antigo Colégio dos Jesuítas, onde hoje funcionam uma universidade, o Governo Civil e a GNR; em frente, o Largo D. Nuno Álvares Pereira, com o antigo Convento de S. Francisco e o edifício oitocentista da Pensão Rocha. Se prosseguir nesta direcção, encontra a Biblioteca Municipal e, um pouco mais adiante, cruzando a avenida, a Casa da Cultura, com artesanato ao vivo. O percurso segue para a direita pela zona comercial pedonal, onde os gelados americanos coexistem com a tradição da Pastelaria Luís da Rocha e os doces conventuais da Rua dos Açoutados. Siga pela Rua Capitão João Francisco de Sousa até à Praça Diogo Fernandes, conhecida por Jardim do Bacalhau, suba a Brito Camacho e tome à direita a Rua do Sembrano. Aqui, onde se efectuam escavações em ruínas romanas, se instalará o Museu do Sítio. Vire à esquerda para o Largo de S. João. Prossiga sob o passadiço da Travessa do Cepo, notando as argolas onde os mercadores prendiam os animais e, mais adiante, os portais góticos. Na Rua Afonso Costa - hoje vulgarmente conhecida pela Rua das Lojas e que é a antiga Rua dos Mercadores -, vire à direita em direcção à Praça da República: detenha-se na magnífica janela manuelino-mudéjar do n. 38, que pertenceu ao Convento do Carmo, e aprecie os trabalhos em estuque e ferro forjado que decoram as casas antigas. A antiga Praça de D. Manuel, que sofreu no século XIX uma profunda transformação, foi enobrecida nos últimos anos do reinado daquele soberano com as pousadas régias da Rua da Moeda, o chafariz e o pelourinho municipal. Estava rodeada por arcaria, cujos vestígios se vêem ainda no lado nascente da praça. O grandioso edifício quinhentista ao fundo foi construído para açougues municipais por D. Luís, filho de D. Manuel e o duque de Beja, príncipe muito culto e influenciado pelo ambiente monumental da época. Terminada a obra e considerando-a sumptuosa em demasia para finalidade tão prosaica, determinou usá-Ia para fins culturais mais elevados, doando-a então à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia em 1550. Desça a Rua Abel Viana. No final, dispõe-se o conjunto da Igreja dos Prazeres e da Ermida de Santo Estêvão, emparelhado com o Arco dos Prazeres, que rompeu, nos finais do século XVII, a muralha medieval. Para terminar o passeio, tome a Rua D. Manuel I para regressar ao castelo. Pelo caminho, passará no antigo Hospital de Nossa Senhora da Piedade, mandado edificar em 1490 por aquele monarca e cuja fisionomia actual é do reinado de D. Maria I. A portada, de mármore, mantém a linha gótica e o claustro é um conjunto pitoresco, com a hibridez que caracteriza a arte alentejana desse período. Notável é ainda a enfermaria pelas suas proporções de arquitectura, talvez única no seu género e época no País.


1: Mouraria de Beja (Percurso Urbano)
Ver detalle


Lugares de interés (POIs) del Mapa

1: Mouraria de Beja (Percurso Urbano)


Más sobre Mouraria de Beja (Percurso Urbano)

Comentarios

comments powered by Disqus